Entrevista com Engenheiro de Segurança do trabalho

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Entrevista com um dos engenheiros de segurança do trabalho da Empresa Subsea 7

1) O que faz um engenheiro de segurança no trabalho?

O engenheiro de segurança do trabalho atua buscando a prevenção de riscos nas atividades laborais com vistas à preservação da saúde, a proteção e a integridade física da pessoa humana.


2) Como é a rotina?

A rotina é dinâmica, onde ele administra e fiscaliza as atividades no meio industrial, desenvolve programas de prevenção de riscos ambientais, faz inspeções, auditorias, emite laudos técnicos diversos, inclusive de aposentadoria especial. Assessora empresas em assuntos relativos à segurança e higiene do trabalho, examinando instalações e os materiais e processos de fabricação utilizados pelo trabalhador.

Orienta a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) das empresas e dá instruções aos funcionários sobre o uso de equipamentos de proteção individual (também chamados de EPI).
Pode, ainda, ministrar palestras e treinamentos e implementar programas de meio ambiente e ecologia.


3) Quais outras profissões estão diretamente relacionadas a sua?

O engenheiro de segurança atua interdisciplinarmente com quase todas as profissões.
Porém, está diretamente relacionado com o Médico do Trabalho e Enfermeiro do Trabalho.


4)Quais as maiores dificuldades enfrentadas?

A pressão para cumprimento de prazos na produção por vêzes fazem algumas lideranças abreviarem ou mesmo não considerarem certos procedimentos de segurança ou análises preliminares de risco.
Tal situação gera um certo desgaste ao engenheiro de segurança junto a tais lideranças operacionais quando se busca o alinhamento das diretrizes de segurança da empresa ou mesmo de normas governamentais.

5) Os atrativos da area?

Um dos principais atrativos é a possibilidade de interagir em diversos campos da engenharia ou mesmo de outras áreas, pela característica interdisciplinar da profissão.


6) Houve algum caso de acidente que o marcou?

Sim, vários. Não só a mim, mas creio que a todos de uma maneira geral.
Eis alguns dos principais acidentes mundiais:

Em 1984, em Bhopal na Índia, a Union Carbide, uma das maiores indústrias químicas do mundo, descarregou no ar 25 mil toneladas de isocianato de metila, um gás letal, provocando a morte imediata de 3.400 pessoas e mais de 15000 mortes no geral.

Em 1986, em Chernobyl na Rússia houve a explosão de um dos quatro reatores da usina nuclear soviética de Chernobyl, lançando na atmosfera uma nuvem radioativa. A incidência de câncer aumentou bruscamente em Bielorússia, Ucrânia e Rússia. Entre 1990 e 2000, houve um aumento de 40% em todos os cânceres na Bielorússia e um aumento de 52% na região de Gomel. Na Ucrânia, houve um aumento de 12% nos casos, e na região de Zhytomir, a morbidade aumentou quase três vezes. Na região russa de Bryansk, a incidência de câncer cresceu 2,7 vezes. Cerca de 7 milcânceres de tireóide a mais foram identificados até 2004. Um recente estudo mostrou que a doença em crianças aumentou 88,5 vezes, em adolescentes, 12,9 vezes e, em adultos, 4,6 vezes. Estima-se que entre 14 mil e 31,4 mil cânceres adicionais de tireóide aconteçam posteriormente.
Em 1989, o petroleiro americano Exxon Valdez colidiu com um conjunto de rochas no Alasca. O acidente provocou um derrame de mais de 40 milhões de litros de petróleo que se espalhou por uma área superior a 800 quilómetros, tendo atingido a costa. Mais de 250 mil aves e outros animais morreram
No ano 2.000, no Rio de Janeiro, a Petrobrás foi responsável pelo derramamento de mais de 1 milhão de litros de petróleo na Baia de Guanabara.

Em 2002 o navio Prestige de bandeira das Bahamas, partiu-se ao meio provocando uma das maiores catástrofes ecológicas já vistas. O navio carregava 77 mil toneladas de óleo, e foi avariado a 250 km da costa espanhola - Galícia, com um rombo de 10 metros no caso, abaixo da linha de flutuação. Estima-se que cerca de 10 mil toneladas de óleo vazaram e mais de 295km da costa e 90 praias foram contaminadas.

Tivemos também em 2001 a explosão da plataforma P-36 da Petrobras a da Piper Alfa em 1988, e mais recentemente a Plataforma Deepwater Horizon, no Gosfo do México.

Enfim, todos estes acidentes foram profundamente investigados onde foram extraídas lições que serviram e ainda servem de aprendizado para a indústria buscando-se a melhoria dos processos para reduzir a incidência dos acidentes.

7) Qual a postura da maioria das empresas?

A postura varia de acordo com o tipo de indústria.
Na indústria de oleo e gás há grande conscientização e há investimentos significativos. Na indústria automobilística também, porém há maior dificuldade de investimentos na área da construção civil e metal mecânica.
A postura de segurança está diretamente ligada ao tamanho da empresa e ao investimento feito na área.
As empresas deveriam considerer a segurança como investimeneto e não como custo.

8) Diante a ocorrência de um acidente, qual o procedimento a ser realizado com o funcionário?
De imediato o atendimento ao funcionário. Em seguida as rotinas documentais pertinentes tais como:
* Elaboração de CAT (Comunicação de Acidnete de Trabalho): documento mandatório para o INSS
* Relatórios de Investigação : para apurar as causas básicas do acidente.
* Duvulgação dos acidente: para alerta às demais frentes de trabalho sobre o evento,

Em todas as situações, a identeidade do acidentado é preservada.


9) Quais os métodos de prevenção mais utilizados?

Há diversas técnicas e métodos. Podemos considerar alguns:

* Procedimentos de Segurança;
* Técnicas de Análises de Risco;
* Modificação ou adaptação de equipamentos visando adaptação ao trabalhador;
* Modificação de leiaute para minimizar ou reduzir o risco;
* Utilização de EPI (equipamento de proteção individual)

10)Como funciona a contagem de dias sem acidentes que vemos naqueles outdoors? Todos os acidentes são contabilizados?

Normalmente nos cartazes são apresentados dias sem acidentes com afastamento.
Acidente com afastamento é o acidente em que o funcionário não retorna às suas atividades normais em pelo menos 24 horas.
Na verdade devemos contabilizar todos os acidentes, para que se possamos avaliar incidências (tipo, local, horário, idade, etc) , frequências e tendências.
A estatística serve de parâmetro para novas medidas preventivas.


11)Como são classificados os acidentes?
Basicamente há:
Acidentes com afastamento: o trabalhador não retorna à atividade em pelo menos 24 horas
Acidentes sem afastamento: o trabalhador retorna de imediato ao trabalho
Acidentes de Trajeto: ocorrido durante o trajeto para o trabalho ou retornando diretamente para o lar.

Vídeo Aula sobre Capacete de Segurança para trabalho em altura




Conversa SST - Capacete de Segurança (com Paulo Renato Soares)




Vídeo Aula sobre Capacete de Segurança. 

Entrevista com Técnicos de Segurança do Trabalho

terça-feira, 22 de abril de 2014

Entrevista realizada com os Técnicos Rothman Benther e Rodolfo Aleixo

Siglas:
PPRA - Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais
PCMSO - 
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
LTCAT -
 Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho

Entrevista sobre Segurança de Processo

Entrevista realizada com profissional responsável pela Segurança de Processo da Petrobrás
1) Possui alguma formação técnica na área segurança?
Especificamente na área de segurança não. Sou técnica de operações plena, possuo 11 anos de experiência na companhia. Tenho formação em tecnólogo de Petróleo e Gás – CEFET Macaé - formada em 2005 e formada em Engenharia de Produção com Ênfase em Instalações Mar – FSMA- concluída em 2009.
2) Como a senhora começou a trabalhar nesse ramo?
Após aproximadamente dois anos trabalhando em regime off shore, comecei a trabalhar em terra no setor de Elevação e Escoamento do Ativo de produção Marlim na UO-BC. Lá pude aprender e vivenciar o trabalho relacionado a oleodutos, gasodutos e Engenharia Submarina. Trabalhei nessa área até 2010, sem seguida fui convidada para trabalhar com segurança de processo com as plataformas produção do ativo, interagindo com demais setores na companhia.
3) O que é segurança de processo?
Existem algumas definições de diversos autores que poderia citar ou transcrever. No entanto, vou externar a minha compreensão: segurança de processo é um conjunto de medidas de controle para evitar perda de contenção de um produto perigoso ou energia, de forma mais abrangente e com a visão da indústria de petróleo, são ações para manter os fluidos dentro das tubulações e equipamentos. As consequências de um acidente de segurança de processo são catastróficas.
4) O que difere a Segurança de processo da Segurança ocupacional?
A segurança de processo possui uma visão do processo como “todo” enquanto a segurança ocupacional tem foco no indivíduo. Enquanto a primeira abrange projeto de engenharia, inspeção, manutenção, gestão de mudanças, fatores humanos entre outros, a segunda foca na análise de segurança da tarefa, procedimentos e padrões de execução.
Outro fator que a diferencia é a ocorrência. A segurança ocupacional possui alta frequencia com afastamento (TFCA-índice que acompanhamos na segurança ocupacional), por exemplo,  não é sinônimo de segurança de processo .
6) Quais são os principais métodos de prevenção do acidente de processo?
Atuar nos desvios das barreiras de controle seja no projeto ou operação. Estabelecer indicadores pró- ativos pertinentes a sua área de atuação.
7) Quais acidentes no âmbito de segurança de processo você já viu?
Um acidente de processo de grandes proporções normalmente possui repercussão na mídia e impacta a imagem da empresa. Apesar de ainda não estar trabalhando na Petrobras quando ocorreu, um acidente de segurança de processo marcante foi o afundamento da plataforma P36 em 2000. Além desse, outro que ocorreu na mesma época foi vazamento de óleo na Baía de Guanabara. Na Petrobras, esses acidentes foram um divisor de águas na companhia, até hoje estamos fazendo ações para que acidentes como esses não ocorram.
8) Diante da ocorrência de um acidente, qual o procedimento a ser realizado?
Normalmente é designada uma comissão para investigar as causas do acidente e chegar na causa raiz ou básica. A comissão emite relatório com propostas recomendações e abrangências. Esse relatório é validado pela alta gerência e as ações aprovadas são implementadas.
9) Existe alguma forma para minimizar os riscos?
Certamente sim. No dia a dia a empresa possui um sistema de gestão para análise de risco com diversas técnicas que podem ser utilizadas. Através dos procedimentos, normas, padrões e atuando com as pessoas podem-se encontrar formas de minimizar os riscos.
10) Qual deve ser a postura das empresas na visão da segurança de processo?
Acredito que a empresa dever atuar em mudança de cultura das pessoas para atingir os objetivos de segurança de processo. A alta gerência deve demonstrar de forma clara que a segurança é um valor para empresa e a segurança de processo é peça fundamental.

Acidente de Trajeto

sábado, 12 de abril de 2014



O que é acidente de trajeto?


São todos os acidentes que ocorrem no trajeto da residência para o trabalho, e do trabalho para a residência.



O Acidente de Trajeto é uma interpretação da lei. Essa interpretação veio para equipar acidente de trabalho ao do trajeto. A legislação refente está na Lei 8.213/91, Artigo 21 letra “D”.

No entanto, é necessário observar algumas regras para caracterização conforme os termos dos artigos 138 a 177 do Regulamento dos Benefícios que a Previdência Social.

Quanto ao trajeto


Para ser considerado acidente de trajeto o trabalhador deverá estar no trajeto normal, isto é, o caminho percorrido para ir ao trabalho habitualmente, não precisa ser o mais curto, mas sim o habitual.

Caso o funcionário em um determinado dia resolva passar por outro caminho, mudando seu trajeto, seja lá por qual motivo for, e se acontecer um acidente, poderá haver descaracterização. 

Tempo de percurso


O Tempo normal de percurso, deve ser compatível com o tempo normal de trajeto, assim, se a pessoa sair do trajeto como no exemplo acima e exceder o tempo normal ela também poderá ter o acidente descaracterizado.

Resumindo, o tempo utilizado deve ser compatível com a distância percorrida.

NOTA IMPORTANTE


Existe jurisprudência considerando a escola como a casa do trabalhador e reconhecendo o acidente como Acidente do Trajeto aquele que ocorre ate a chegada na escola.
Ainda, se o trabalhador frequenta curso ou treinamento pago pelo empregador, será considerado trajeto o caminho entre a empresa ate a escola e desta para a casa do trabalhador.



Provas do acidente


Embora não esteja previsto em legislação, o empregador poderá pedir provas no caso de um acidente de trajeto, por isso quem for vítima, deverá trazer um comprovante de atendimento hospitalar, ou um Boletim de Ocorrência da PM, ou comprovante de atendimento do SAMU, ou outros. Assim o funcionário evitará chateações.

Vale lembrar que esse prodecimento não tem base legal, mas, evita chateações.


Os acidentes de trajeto são uma dor de cabeça constante para alguns empregadores.

Profissionais de Segurança do Trabalho e setor de RH devem ficar atentos para coibir possíveis excessos por parte dos funcionários.



Diferença entre o acidente comum e o de trajeto


A maior diferença é que enquanto no acidente comum existe cobertura do INSS, mas, não existe direito a estabilidade no emprego.

O acidente de trajeto garante cobertura do INSS e também o direito a garantia de emprego por um ano. 

Passa a ter direito a garantia de emprego o acidentado que recebeu benefício acidentário do INSS.

A garantia de emprego (estabilidade) que dura 12 meses, começa a valer no dia da volta do acidentado ao trabalho, conforme prevê o a seção 8, artigo 118 da lei 8.213/91, ou seja, no caso é aplicada a mesma estabilidade concedida em casos de acidente de trabalho.



E se a empresa fornece vale transporte para os funcionários, mas, o funcionário vende e se acidenta no percurso do trabalho com a própria moto. A empresa tem que arcar com a responsabilidade?


Vamos observar o trecho da lei 8212/91.

Artigo 21 – Equiparam-se ao acidente de trabalho

d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.



Fica claro que uma infração não justifica outra. Se a empresa sabe que o pessoal está vendendo a passagem para ir de moto, precisa agir antes de chegar a um problema como esse.

Ergonomia

sexta-feira, 11 de abril de 2014

O que é ergonomia?
ERGONOMIA - palavra de origem grega, onde:
ERGO = trabalho e NOMOS = normas (regras)
O QUE É ?
Ergonomia é a ciência que estuda as relações entre o homem e o seu trabalho, os equipamentos que utiliza e o meio ambiente. É a adequação do trabalho ao homem, e não o contrário.
Ela surgiu pela necessidade do homem facilitar a sua vida, diminuindo cada vez mais a quantidade de esforço físico e mental aplicado na execução de suas tarefas.
Quais os tipos de Ergonomia?
Ergonomia de Correção
Envolve e estuda:
Atividade: Ambientes físicos; Iluminação, ruído, temperatura;
O posto de trabalho; Dimensões, formas, concepção etc.


Atua modificando os elementos parciais do posto de trabalho, como: Dimensões, Iluminação, ruído, temperatura, etc.
Tem eficácia limitada, pois corrigir sempre custa mais dinheiro.
Ergonomia de Concepção
Interfere amplamente no projeto, da concepção do posto de trabalho, do instrumento, da máquina ou do sistema de produção, da organização do trabalho e formação de pessoal.
Ergonomia de Conscientização
Ensina ao colaborador a usufruir os benefícios de seu posto de trabalho. Boa postura, Uso adequado de mobiliários e equipamentos. Implantação de pausas, ginástica laboral.
Você já pensou?
Que certas atividades rotineiras, podem causar problemas? Por exemplo:
  • Cortar a grama;
  • Lavar louça;
  • Trocar botijão de gás;
Que um dia de tarefas em casa pode ser tão ou mais desgastante que seu trabalho na empresa, principalmente se a postura para realizar tais tarefas for inadequada.

Formas inadequadas de utilizar o corpo humano
Movimentar, levantar ou carregar cargas muito pesadas;
Esforços feitos longe do corpo ou em posição de flexão e torção do tronco;
Soluções Ergonômicas
Condicionamento físico;
  • Preparação dos movimentos para o padrão muscular do trabalho
  • Ginástica de aquecimento e alongamento
  • Ginástica de condicionamento muscular
  • Ginástica de manter a capacidade aeróbica
  •  Prevenção e combate à obesidade
Rodízio nas tarefas;
Tempo  de recuperação de fadiga.

PRINCIPAIS ÁREAS DE APLICABILIDADE DA ERGONOMIA
ü Trabalho fisicamente pesado;
ü Trabalho em altas temperaturas;
ü Biomecânica: esforços, uso da coluna, posturas, uso de membros superiores, cadeiras e organização ergonômica dos postos de trabalho.
ü Método e organização do trabalho;
ü Melhoria e confiabilidade humana;
ü Prevenção da fadiga.

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